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  • Paloma Oliveira e Mateus Knelsen

    Radioplanta tem como referência as pesquisas de Cleve Backster e Augustine Lauder, entre outros pesquisadores que investigam possíveis formas de comunicação das plantas, assim como transitem entre ciência e poesia.

    Através de dispositivos eletrônicos que incorporam conhecimentos de bioquímica e artesania, capazes de capturar alguns tipos de atividade eletro-fisiológica da planta, e da tradução desta atividade em sons codificados por osciladores e transmissores de sinal de rádio FM, os participantes podem, por meio de qualquer aparelho receptor analógico de rádio, escutar a “voz” das plantas e árvores, assim como as suas reações aos estímulos aos quais estão expostas, tais como a luminosidade, umidade, entre outros.

    radioplanta.pdf

    “Mateus Knelsen e Paloma Oliveira repensaram a comunicação – através de um pequeno sistema de recepção e transmissão de rádio – como um gesto bioartístico. Seu projeto Radioplanta consistia na construção de biobaterias e 3 circuitos – oscilador, amplificador e transmissor de áudios – para conjugar um diálogo através da leitura da atividade elétrica das plantas. Nesses dispositivos de tradução das interações com o meio rural, os aparatos comunicacionais eram caracterizados por uma potencialidade latente, ou seja, poderiam funcionar ou não. Sob essa perspectiva, o trabalho de Mateus e Paloma não pode ser observado apenas com o objetivo de construção de um aparelho. A dupla de artistas tratava da ativação de atos comunicativos. Propuseram-se a um aprendizado laboratorial, lidando com o ruído e o acaso. Ao longo de toda a residência, formas de comunicar emergiram nas oficinas com crianças e idosos da região, além das trocas com os outros artistas. Se as plantas constituíam o objeto de estudo, elas também eram disparadores de possíveis interações, ou ainda, a forma de integrar outros organismos (pessoas) no trabalho. Por fim (e também, ainda no meio, como pode ser observado no desenrolar deste texto), a última experiência concentrou-se em circuitos ao redor da amoreira. E, ali, circuitos eletrônicos, biológicos e de conexão de pessoas foram permeados por traduções de conversas, alimentadas pelas biobaterias de limões.” Ananda Carvalho

    Mateus Knelsen e Paloma Oliveira – São Paulo, SP / Porto Alegre, RS -Brasil

    Desenvolvedores, pesquisadores, entusiastas das artes multimídia, Mateus e Paloma são movidos pela curiosidade em abrir as “caixas pretas” tecnológicas, colaborando para o que acreditam ser uma necessária discussão acerca da subversividade por intermédio da arte, da prática do hacking, e do compartilhamento do conhecimento gerado de todas as pesquisas necessárias para o desmantelamento e engenharia reversa dos objetos técnicos.  Ambos são pesquisadores. Paloma é Mestre em Artes Visuais pela ECA-USP e Mateus, mestrando em Poéticas Interdisciplinares pela EBA-UFRJ.

    Paloma Oliveira – http://www.discombobulate.me
    Mateus Knelsen – http://medul.la

     

    em residência rural.pdf