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  • Camila Soato

    Tecnologia Rudimentar da Pintura Galhofa: Camila propõe a produção de tintas e pigmentos exclusivamente a partir de matérias orgânicas encontradas ao redor da fazenda, assim como a confecção de cavaletes e quadros a partir de materiais encontrados no entorno. Camila propõe envolver-se no imaginário da região, coletando histórias e contos locais, para finalmente criar uma série de pinturas que visam destacar a cultura rural e de cidade pequena. Tendo a vida cotidiana local como fonte primeira, e experiençando seus habitantes para além das conversas frugais, Camila quer fazer da cumplicidade um vector para compartilhar momentos cômicos e até mesmo constrangedores, representando-os através de seu bem-humorado imaginário pictórico grotesco.” Texto Júri

    http://www.camilasoato.com

    “(..)  A tecnologia rudimentar da pintura galhofa, de Camila Soato, também tomava como ponto de partida o contato com a comunidade, baseando-se na coleção de histórias burlescas do imaginário popular da região, a partir de conversações periódicas com seus habitantes. Por diversas razões, o traslado às populações do entorno estava longe de ser regular, assim que paulatinamente o foco do trabalho foi movendo-se até a própria comunidade que estava habitando a Fazenda. Entre todos seus integrantes, a figura de Zé Mineiro, encarregado do trabalho geral da Fazenda, foi a que mais aportou ao trabalho de Camila, não só no que teve a ver com histórias de vida e anedotas que foram logo transformando-se em pinturas, mas também em um diálogo permanente com o território na confecção de bastidores, assim como das próprias pinturas.

    Neste sentido, a vinculação entre Zé e Camila combinou a narração e registro de histórias orais, guiado por elementos que poderiam servir para a elaboração dos materiais que ela utilizaria em suas pinturas. A noção de observação, foi geralmente associada a uma proeminência da visualidade, “o que Le Breton chama a hegemonia sensorial da visão”6, a qual aprofunda uma hierarquia em relação ao resto dos sentidos que podem envolver-se no (re)conhecimento de um objeto, um ser ou uma situação. Ao meu entender, colaborações deste tipo conseguem complementar tal paradigma, incorporando a escuta e o diálogo como partícipes vitais do fazer visual (..)”

    fragmento do texto “Processos de escuta em LabRes rural.scapes
    de Mariela Cantú – crítica em residência.