• ptpt
  • eses
  • enen
  • Hamilton Mestizo

    MicroMacro – laboratório portátil

    MicroMacro trata da geração de uma rede de contribuição e compartilhamento entre agricultores, artistas, agentes culturais e interessados em questões ambientais.

    O projeto é parte de uma pesquisa desenvolvida pelo artista nos últimos anos, a partir do qual teve contato com métodos de laboratório de microbiologia, experimentando em coleta e cultivo de bactérias, algas e fungos, técnicas de mancha em colônias (pintura) de micro-organismos e microscopia com webcams hackeadas e câmeras digitais.

    A partir da construção de um laboratório portátil, como dispositivo de leitura de bio-necessidades em ecossistemas variados, fazendo uso de micro-organismos, o projeto conduzirá uma oficina, criará intervenções no local da residência e desenvolverá obras no âmbito da arte-ciência.

    ruralscapes2015RADIO  micromacroscape @ blogspot  MicroMacro @ flickr  MICRO.scape+radioplanta@vimeo   MICROmacro.scape@vimeo  http://librepensante.org

    “O projeto inicial de Hamilton Mestizo buscava perceber o entorno: o que está “invisível” ao redor do nosso corpo. Com seu pequeno laboratório portátil, coletou microorganismos para pensar as possíveis visualizações de forma estética e científica de um sistema Micromacro. Esses microorganismos foram cultivados e observados através de microscópios construídos pelo próprio artista a partir da inversão de lentes de câmeras webcam. Com essas ações, o artista fez um movimento circular de coletar o micro e dar a ver em macro, ressaltando nossa presença neste intervalo. Se Denise especulava os registros das estrelas, Hamilton re-apresentava o visível do universo invisível.

    O trabalho de Hamilton é uma metáfora que sintetiza a experiência do vivenciar coletivo da residência: circuitos abertos na iminência da interação. Isso pode ser afirmado na medida em que o artista compartilhou seus “experimentos científicos” interagindo com os outros residentes. Fez testes com os projetores de Patrício Dalgo (que participou da edição de 2014 de rural.scapes); exibiu imagens dos microorganismos que vivem no bambu em projetor construído por Ricardo com o próprio bambu; apresentou uma oficina em conjunto com Aldo e José e desenvolveu uma ação/live image em conjunto com Mateus e Paloma na última edição da Fazenda Aberta. Neste evento, enquanto Mateus e Paloma exibiam a comunicação de sua Radioplanta, Hamilton fotografou imagens ampliadas das nervuras das folhas e das palmas da mão do público presente. Ao anoitecer, estas imagens tornaram-se uma performance de live image que dançavam ao ritmo dos sons da Radioplanta. As proposições de Hamilton atuaram como conectores entre o áudio e a imagem, entre os projetos artísticos e os trabalhos realizados, o entorno e o público. Em MICROmacro.scape+radioplanta, a imagem da vivência de um laboratório em residência emergia explicitamente. As especificidades iam borrando-se, cruzando os elementos e agregando outras continuidades.” Ananda Carvalho

     

    Hamilton Mestizo – Bogotá, Colombia.

    Mestizo formou-se em Artes Plásticas em Bogotá Colômbia, 2006. Artista focado no mundo especulativo da ciência e tecnologia, particularmente nas investigações no entorno da biologia, som, eletrônica, cultura DIY-DIWO, focando em suas implicações os contextos ecológico e socio-políticos.

     

    Notas:

    “Ruralscapes fue un espacio creativo, donde las ideas flotaban en el aire y los proyectos crecieron a partir de compartir experiencias, ideas, métodos, técnicas. MICROmacro se iba tejiendo en la práctica, a partir de la experimentación y la reflexión acerca de las formas de representación que podrían darse en éste proceso de exploración continua. Del entorno rural salieron los matices del proyecto, donde el ambiente y todo lo que lo rodea influyó en las formas inesperadas que van apareciendo del micro-macro-mundo.”

    “En un cambio de escala que permitió ver “la materia” de forma multidimensional y extrapolada: luz, naturaleza, vida, cosmos, se reflejan y como la búsqueda de esos días permitió generar destellos de esas “dimensiones” de la materia. A nivel pedagógico fue un aprendizaje constante, descubrir en la experimentación métodos inesperados que permitieron otras perspectivas en cuanto al desarrollo del proyecto y su viabilidad, y esto a partir del compartir de saberes.”

    Permitió el desarrollo de un proyecto que tenía en mente pero que no se había materializado, en un lugar muy especial para la creación. El aprendizaje durante la residencia ha permitido explorar nuevas herramientas que pienso poner en práctica para la continuidad de proyecto y su posibilidad de replica en distintos contextos, como lo hecho en Medellín hace unas semanas.